Quanto tempo dura a paixão e como ela age no nosso corpo, segundo a ciência

Quando estamos apaixonados, nosso corpo reage de maneiras fascinantes e complexas. Hormônios como a dopamina e o cortisol são liberados em grandes quantidades, enquanto a serotonina, muitas vezes associada à felicidade, diminui consideravelmente. A duração da paixão e os seus efeitos sobre o organismo humano são temas que vêm sendo cada vez mais investigados pela ciência, trazendo novas descobertas e insights surpreendentes.

Existem 6 sinais claros e inconfundíveis que indicam quando alguém está apaixonado. Você tem curiosidade em saber quais são esses sinais? Além disso, que tal aprofundar seu conhecimento sobre os mecanismos cerebrais envolvidos na paixão? Como o nosso corpo reage quando a intensa fase da paixão termina e o amor, mais calmo e profundo, começa a se estabelecer?

Neste post, vamos explorar detalhadamente todos esses aspectos. Vamos explicar como o seu corpo reage a esses sentimentos intensos e como ele se adapta às mudanças emocionais que ocorrem quando a paixão se transforma em amor. Preparado para entender melhor o que acontece dentro de você quando está apaixonado? Boa leitura!

Hormônios da paixão: o que muda em nosso corpo quando estamos apaixonados?

A paixão é um estado emocional caracterizado por um forte desejo e atração por outra pessoa. No início de um relacionamento, é comum sentir uma conexão intensa, muitas vezes descrita como “borboletas no estômago”. Esse estado é influenciado por uma série de mudanças químicas no corpo, envolvendo hormônios como a dopamina, a norepinefrina e a serotonina.

Quando nos apaixonamos, nosso cérebro libera grandes quantidades de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa. Essa liberação causa a euforia e a energia típicas dos apaixonados. A norepinefrina aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, enquanto a serotonina, muitas vezes associada ao humor, pode diminuir, explicando a obsessão e o pensamento constante na pessoa amada.

Sabe aquela sensação super intensa de felicidade, que chega a acelerar os batimentos cardíacos? Ou então aquela dificuldade de concentração, falta de sono e de apetite quando estamos apaixonados? Tudo isso é a descarga dos hormônios que a paixão causa em nosso organismo, ativando regiões cerebrais importantes.

Como consequência do aumento de dopamina, os níveis de adrenalina e cortisol também sobem quando nos apaixonamos, enquanto a serotonina – que tem efeito calmante – cai em cerca de 40%.

Além da dopamina, a ocitocina e a vasopressina são outros hormônios relacionados à paixão. E tem mais: tanto homens quanto mulheres sofrem alteração nos níveis de testosterona quando encontram a pessoa amada.

Na mulher, a testosterona sobe, aumentando a libido. Já no homem, a testosterona diminui, fazendo com que ele fique mais dócil e com vontade de ter gestos mais meigos, como comprar flores e organizar um jantar romântico.

Quanto tempo dura a paixão?

Segundo um estudo da University College, de Londres, a paixão dura entre 18 e 30 meses. Ou seja, ficamos apaixonados de um ano e meio a três anos e meio, sendo que o auge da felicidade a dois costuma ser alcançada por volta dos três anos de relação.

Nossa biologia é muito inteligente, pois trata-se de um prazo suficiente para (teoricamente) um casal se tornar estável e gerar filhos. Inclusive, o aumento de cortisol tem o efeito negativo de baixar a resistência do sistema imunológico das pessoas. Isso significa que enquanto estamos apaixonados, temos uma propensão maior às infecções e síndromes gripais.

Toda essa explosão de felicidade dos hormônios da paixão, como afirma a ciência, acaba (a nossa saúde agradece!). Mas isso nos causa abstinência, o que pode abalar o relacionamento. Um detalhe interessante é o fato dos homens se viciarem na paixão mais rápido do que as mulheres.

Já pesquisas realizadas pela Universidade de Pisa, na Itália, sugerem que a paixão intensa dura entre 12 e 18 meses. Esses estudos indicam que, após esse período, os níveis de dopamina começam a se estabilizar. Isso não significa que o amor acaba, mas sim que ele evolui para uma forma mais calma e estável de afeto, conhecida como amor companheiro.

Com o tempo, a paixão inicial pode dar lugar a uma conexão mais profunda e duradoura. O amor companheiro é caracterizado por um vínculo emocional forte, baseado na intimidade e no comprometimento. Estudos mostram que essa fase é sustentada por hormônios como a oxitocina e a vasopressina, que promovem a sensação de segurança e ligação.

6 sinais de que você está vivendo uma paixão

Muitas vezes essa fase da paixão é um tanto incerta. Afinal de contas, nem sempre sabemos se estamos sendo correspondidos, o que gera muita insegurança. Além do mais, questões mal resolvidas de antigos relacionamentos ou até de autoestima tendem a tirar nossa confiança quando nos apaixonamos.

Embora a paixão seja temporária, ela desempenha um papel crucial nos relacionamentos. Ela cria a base emocional e física necessária para que o vínculo entre duas pessoas se fortaleça. A paixão pode ser vista como a faísca inicial que acende a chama do amor duradouro.

Por mais que a gente tente esconder a paixão, existem 6 sinais claros que se manifestam quando estamos apaixonados. Olha só:

1. Desejo sexual

Como a testosterona está em alta – mesmo nos homens, que o nível diminui, mas segue elevado – acabamos pensando muito mais em sexo do que o normal. Esse aumento no desejo sexual é uma resposta biológica ao estado de paixão, onde o corpo se prepara para a possibilidade de um relacionamento mais íntimo.

2. Felicidade

Se tem um sinônimo de paixão é a sensação de felicidade. Isso acontece por causa da dopamina, que tem um efeito viciante de euforia. A dopamina é o neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e recompensa, fazendo com que nos sintamos extremamente felizes quando estamos perto da pessoa amada ou mesmo apenas pensando nela.

3. Obsessão

O aumento de dopamina e a baixa de serotonina resultam em uma verdadeira compulsão em relação à quem nos despertou a paixão. A tendência é pensarmos na pessoa amada o tempo todo. Esse comportamento obsessivo pode ser atribuído ao efeito da dopamina em nosso cérebro, que nos faz focar intensamente naquilo que nos traz prazer.

4. Coração acelerado

A taquicardia é um sinal muito comum no corpo de quem está apaixonado. O excesso de adrenalina é responsável por fazer nosso coração bater mais rápido. Esse aumento na frequência cardíaca é uma resposta natural do corpo ao estresse e excitação provocados pela paixão, preparando-nos para uma possível aproximação com a pessoa desejada.

5. Insônia

Perder o sono (e a fome) também é resultado do aumento de adrenalina que acontece em nosso organismo quando estamos vivendo uma paixão. A excitação e a ansiedade associadas à paixão podem interferir nos nossos padrões de sono, fazendo com que fiquemos acordados pensando na pessoa amada.

6. Afeição

Quem não fica muito fofo quando está apaixonado? O reflexo disso é, por exemplo, aquela vontade de assistir um filme bem romântico. Esse comportamento afetuoso é resultado do aumento de oxitocina, o hormônio do amor, que promove sentimentos de carinho e conexão.

Como nosso corpo reage quando a paixão termina?

Quando a paixão termina, é hora do amor baixar os níveis de ansiedade. Isso porque nosso corpo não aguentaria se manter nesse estado de euforia que a paixão desencadeia por muito tempo.

O ansiolítico produzido pela hipófise – glândula mestre que controla a maior parte das outras glândulas endócrinas – é a ocitocina. Nosso organismo segue produzindo ocitocina para que o casal alcance o estágio de companheirismo e cumplicidade.

Isso porque quando aumentamos o nível de ocitocina em nosso corpo, somos capazes de relaxarmos na companhia da pessoa amada. Mas quem pensa que por se tornarem mais companheiros, o casal terá uma frequência sexual menor, está enganado – pelo menos em teoria!

É o seguinte: a relação sexual intensifica a produção de dopamina, que poderia diminuir ao passo que o tempo da paixão chega ao fim. A ocitocina, principalmente nas mulheres, também aumenta durante o sexo. Nos homens, a vasopressina fica elevada. Tudo isso reforça a sensação cerebral de recompensa.

E o que isso tem a ver com o vínculo afetivo do amor? Casais que mantém uma boa frequência sexual depois do fim da paixão fortalecem seu relacionamento a dois justamente por conta da dopamina.

Esse hormônio cria um ciclo virtuoso de ambas as partes desejarem ainda mais a relação sexual com seu par, diz a neurocientista Lucy Brown, da Faculdade de Medicina Albert Einstein.

Logo, se pensarmos sob uma ótica biológica, essa história de sexo sem compromisso, na verdade, não existe.

A paixão é uma fase intensa e transformadora na vida de qualquer pessoa. Saber quanto tempo dura a paixão e identificar seus sinais pode ajudar a entender melhor nossas emoções e comportamentos. Embora a paixão não dure para sempre, ela é uma etapa importante que pode levar a um amor mais profundo e duradouro. Aproveite essa fase, reconheça os sinais em seu corpo e mente, e permita-se viver cada momento intensamente.

Como manter o relacionamento feliz?

A paixão é uma fase maravilhosa, mas é natural que ela diminua com o tempo. Então, como manter o relacionamento feliz após essa fase inicial? A ciência tem diversos estudos a respeito de como termos um relacionamento feliz a longo prazo, ou seja, depois que a paixão termina.

A Química das Novas Experiências

É claro que temos um hormônio para justificar esse fato: quando vamos para novos destinos, nosso corpo produz mais testosterona, intensificando o desejo sexual. Além disso, a novidade e a excitação de explorar um novo lugar aumentam a produção de dopamina, o que reforça a sensação de prazer e felicidade compartilhada entre o casal.

Comunicação Aberta e Efetiva

Outro ponto crucial para manter um relacionamento feliz é a comunicação aberta e honesta. Estudos mostram que casais que se comunicam de forma eficaz tendem a ter relacionamentos mais satisfatórios. Isso envolve não apenas falar, mas também ouvir e compreender o parceiro. A empatia e a validação dos sentimentos do outro são essenciais para a construção de uma base sólida de confiança e intimidade.

Atividades Compartilhadas

Além de viajar, participar de atividades compartilhadas também é uma excelente forma de fortalecer a relação. Seja um hobby comum, exercícios físicos ou projetos domésticos, esses momentos de colaboração e diversão ajudam a manter a chama acesa. A oxitocina, conhecida como o hormônio do amor, é liberada durante atividades conjuntas, promovendo sentimentos de carinho e conexão.

Surpresas e Pequenos Gestos

Manter a espontaneidade e surpreender o parceiro com pequenos gestos de carinho também é importante. Pequenas surpresas, como preparar uma refeição especial ou planejar uma noite romântica, podem ter um grande impacto. Esses gestos mostram que você se importa e valoriza o relacionamento, mantendo a paixão viva.

Manter a Individualidade

Manter a individualidade dentro do relacionamento também é vital. Cada pessoa deve ter seu espaço para crescer e desenvolver seus interesses pessoais. Isso não apenas enriquece o indivíduo, mas também traz novas perspectivas e energia para o relacionamento. Respeitar e apoiar os interesses e necessidades pessoais do parceiro contribui para um relacionamento saudável e equilibrado.

A Importância de Viajar Juntos

Um dos fatores presentes nas pesquisas como uma estratégia eficiente para um bom casamento é viajar. Isso mesmo! Uma pesquisa americana comprovou que quando o casal está disposto a conhecer lugares diferentes, a conexão entre os dois é intensificada. Viajar juntos proporciona novas experiências, que podem fortalecer o vínculo e criar memórias duradouras.

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